sábado, 18 de julho de 2009

Descendo a escada que sobe

Por que só escolho horários errados para postar aqui? Agora são 03:52 e eu tenho que acordar relativamente cedo amanhã, sem contar que já havia prometido a mim mesma que não dormiria mais tão tarde assim. Tenho perdido a hora de tomar café várias vezes (me sinto mal em pular as refeições). Hoje por exemplo acordei com a minha mãe me chamando (como sempre, desde que me conheço por gente) e acho que ela também percebeu que seria mais um dia daqueles em que eu não levantaria ao meio-dia, então já veio com um potinho de sucrilhos com leite ahahahah deu na minha boca e eu simplesmente apaguei de novo... e aí acordei pro almoço. Sério, às vezes eu penso que terei trinta anos e ainda vou querer almoço na boquinha quando eu estiver sem fome ou doente, ainda vou precisar da minha mãe pra resolver comigo os meus ''problemas'' e alguém que administre a minha vida enquanto me dá colo... Isso em partes é muito ruim, mas eu acho simplesmente ótimo... Adoro pensar que por enquanto não me preocupo com um emprego, não tenho que apertar minha agenda, abrir mão de outros compromissos (na verdade de NÃO ter um compromisso - que não seja com a escola - seria o certo), tenho 3 meses de férias ao ano, ainda posso ter ursinhos e comer dentaduras de guloseimas... não preciso me preocupar em morrer titia, formar uma família, pagar as contas do apartamento que está no meu nome... É claro que eu já deveria (e devo) ter certas preocupações, afinal eu só poderia citar mais 100 itens como BRINCAR DE CHÁ COM AS MINHAS BARBIES, se eu ainda tivesse oito anos, então ao mesmo tempo em que pareceria ridículo eu ter um diário com 52 anos, também é ridículo eu ignorar que tenho dezesseis, e à medida em que passam os anos, aumentam os itens da listra negra de coisas com que tenho que me preocupar. Tudo isso é um pouco confuso, mas estou tentando ser clara, e se eu quiser ser mais clara do que isso é só eu escrever na testa POR FAVOR NÃO QUERO CRESCER... é essa a idéia que estou tentando passar. :)
Há duas coisas que me assustam de verdade: a primeira é ter a noção de que um dia vou envelhecer, rugas aparecerão, meus órgãos internos e minha pele envelhecerão, assim como todo o resto. Meus netos vão rir do que eu gosto, e vão desconhecer o que um dia já foi a última tecnologia pra mim. Sim, estou parecendo uma abobada com essa síndrome de Peter Pan, mas é o que sinto... se você prestar atenção, é a continuação do que eu ia tentar dizer no primeiro post aqui, antes de eu me perder.
O fato é que como eu havia dito, eu gostaria bastante de ter oito anos e poder preencher a lista das ''Cem coisas que posso fazer sem passar vergonha devido a minha idade'', mas com dezesseis esse número de ítens nesta lista cai para 80, e quando eu tiver 80 (que Deus me permita chegar a essa idade com esse turbilhão de coisas que acontecem no mundo) talvez esse número caia para... 10? Por isso eu sinto que enquanto minhas responsabilidades vem chegando (de mula, mas vem chegando), eu luto contra isso como se estivesse descendo a escada rolante que está subindo... e aí entra a segunda coisa que mais me assusta: será que ninguém pensa como eu? Por que todo esse pessoal bitolado de dezesseis, dezessete, dezoito (dezoito também porque maioridade não significa maturidade, aliás para mim a maioridade no país deveria ser depois dos vinte e um mesmo...) enfim, por que essa gente teima que a vida é só a balada em que você ainda não pode entrar, as mil bebidas que você toma, o cigarro que você fuma, as coisas malucas que você experimenta ou faz... é isso que te deixa legal? é pulando etapas da sua vida que você mostra o quanto é evoluído? o que você fez durante seus 15/16/17 anos? tentou parecer alguem de vinte? assim como nos seus 12,13,14 você tentou parecer alguém de quinze,dezesseis,dezessete anos? Há muito tempo eu li um livro chamado ''Por que tanta pressa de crescer?'' e apesar de o conteúdo não ser muito o que o título sugere, é a ESSE título que eu associo o que estou querendo dizer... Não tenho nada a ver com a vida dos outros, mas questiono-me sobre tudo isso e sinto uma enorme vontade de fazer uma grande campanha do tipo ''Por favor, se toquem''.
Quando eu discuto com a minha mãe sobre opiniões diferentes, ela sempre acaba dizendo que eu não passo de uma pirralha. Por mais que eu diga que ela tem que abrir a mente dela para algumas coisas e que há muito de que ela não sabe apesar da idade, ela me devolve com essa resposta. Diz que eu ainda não sei de nada e não sou independente. Bom, podemos ver de duas formas: tanto ela como eu não sabemos de nada... qualquer um ainda tem muito o que viver. E realmente eu ainda sou uma pirralha... por mais que ela me julgue respondona e ''nariz empinado'', eu sei que pelo menos não estou tentando ser mais do que eu sou, e sim, sou dependente, basta ler o começo deste post...
E sabe o que mais, o pior disso tudo é que eu nem ia abordar esse assunto hoje. Estava pensando em algo totalmente diferente e fui me deixando levar... Boa madrugada.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com o fato das baladas e etc... Tudo tem seu tempo. Mas se você ficar querendo sempre ser criança, vai perder o seu ''tempo'' de ser uma teenager que fica até as cinco da manhã na internet e acorda as três da tarde nas férias, melhor coisa a se fazer aos 17 anos de idade. Não que você não aproveite maaas... você entendeuu!!

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  2. Nem tudo está perdido! (Ou está?)
    É sempre bom ver que há pessoas numa faixa etátia que compreendem facilmente que só se vive uma vez, e que quando os 21(?), sempre tão desejados, chegarem, com eles virão os 30...40...50...
    Fazer o quê? À essa altura só resta pensar: "era bom quando eu tinha XX anos..."
    Mas acho que isso é o cômico de todos... Portanto, celebre essa plena consciência de que cada fase tem que ser vivida, e me chame! :)
    (Quem sabe a gente não toma um chá com Barbies? hehehe)

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